12/01/2017

Resenha do Livro - Eu costumava ser perfeito



Quantas vezes nós cristãos em busca da obediência acabamos caindo nas armadilhas do Perfeccionismo? Esta é uma armadilha fácil de se cair, eu mesma já me vi presa por ela, e o fim de tudo isso é frustração. E o pior é que mesmo após a frustração nos recompomos e vamos novamente pelo caminho sofrido de tentar ser perfeito.

George Knight, historiador e professor emérito na Universidade Andrews (EUA) se propôs nesta obra a contar sobre suas frustrações e quedas em busca do perfeccionismo e mais do que isso, as conclusões as quais ele chegou após estudo profundo sobre o assunto. Este livro se refere à tradução da segunda edição do livro “I used to be perfected: a student of sin and salvation”, de 2001.

Ao ler no sumário os títulos dos capítulos já achei estranho a oposição de suas ideias, como por exemplo: “O Pecado é amor”, “A tentação não é Tentação”. À princípio julguei que seria um livro no mínimo confuso. Mal sabia eu quão claras as ideias se tornariam ao começar a leitura.

O autor atribui significados diferentes às palavras “pecado” e “Pecado”, há também diferenças entre “tentação” e “Tentação”, entre “lei” e “Lei”. Todos esses conceitos são embasados em passagens bíblicas de uma forma esclarecida com vários exemplos. O processo da Justificação e da Santificação são conceituados e comparados entre si.

Ao final do livro, George Knight compartilha a sua experiência. Ele era um pastor em busca do aperfeiçoamento em muitas áreas: alimentação, comportamento, vestuário, tempo de estudo da bíblia dentre outras coisas. E quanto mais ele se esforçava para ser perfeito, mais ele se tornava especialista em apontar os erros dos outros: “Em meu esforço para reproduzir o caráter de Cristo, eu estava ficando cada vez mais parecido com o diabo”. Foi se tornando um verdadeiro fariseu e sua convivência com os outros se tornando cada vez pior. A frustração o levou a entregar suas credenciais e abandonar a igreja. Por muito tempo ficou sem orar e ler a bíblia. Buscou respostas na Filosofia para o sentido da vida, e tudo foi em vão.

Deus tem um modo especial de resgatar seus filhos, e não foi diferente com George Knight. Ele reconheceu que sabia mais sobre doutrinas do que sobre Cristo, e entendeu sua necessidade de se tornar um verdadeiro cristão. As conclusões que ele chegou são relatadas no livro, a suma delas é que ser perfeito não tem nada a ver com vida sem erros, sem pecados. Ser perfeito é negar a si mesmo e viver uma vida de amor a Deus e ao próximo.

Este livro me ensinou bastante sobre um tema que nunca havia visto uma explicação realmente convincente e embasada biblicamente. A leitura é uma maravilha, muita clara com perguntas ao final de cada capítulo para reforçar o entendimento e a reflexão.

“Ninguém será salvo pelo o que evitou. O Cristianismo é positivo, não negativo. O verdadeiro cristianismo é uma religião que nos livra da preocupação com nós mesmos e da tentativa de ganhar a salvação, a fim de amar verdadeiramente nosso próximo, nosso Deus, nossos irmãos...”

Título: Eu costumava ser perfeito
Editora: UNASPRESS
Autor: George Knight
Páginas: 93 

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