Luis Antonio Torelli, presidente da Câmara Brasileira do Livro, fala sobre o momento da literatura no país e os preparativos para a 24ª edição da Bienal do Livro
Barbara
Bigarelli, na Época
Negócios
A
24ª edição da Bienal do Livro começa no dia 26 de agosto. Mas, a quatro meses
da sua realização, o evento já está com 95% das áreas comerciais vendidas.
Apesar
da crise, Luis Antonio Torelli, presidente da Câmara Brasileira do Livro, a
entidade que organiza a Bienal, vê o momento do país com otimismo. Segundo ele,
a produção literária no Brasil vem crescendo. Ele afirma que o livro continua
sendo um item necessário, tanto para o setor de conhecimento quanto
entretenimento, e vê com entusiasmo o espaço que ganharam autores de literatura
infanto-juvenil e jovem, como John Green, assim como o movimento do mundo
digital para a literatura, como fez a youtuber Kéfera. “Este movimento jovem
faz com que o hábito da leitura comece desde cedo”, diz.
Considerando a mesma relação de tempo para o evento
acontecer, qual porcentagem do espaço já havia sido vendida na última Bienal?
Seguimos
com a média de porcentagem do mesmo período de 2014, com cerca de 95% de espaço
vendido. Com o crescimento significativo de 186% no faturamento dos expositores
em 2014, além de mantermos grandes nomes parceiros, como Saraiva e Sextante,
por exemplo, ainda estamos conquistando novos expositores como a Livraria
Leitura e Editora Aleph. Além disso, também estamos iniciando novas parcerias
com patrocinadores como o Itaú, que passa a apresentar a Bienal do Livro, e
BIC, responsável pelo espaço Maurício de Sousa.
Quantos autores nacionais e internacionais já estão
confirmados? Quantos países estarão representados?
Estamos
em período de convite para autores nacionais e internacionais participarem da
Bienal Internacional do Livro de São Paulo. O que podemos adiantar é que já
estamos em contato com autores consagrados dos Estados Unidos e da Irlanda e a
proposta é trazer nomes que agradem a todos os perfis de público, desde figuras
da literatura infanto-juvenil a best sellers que conversam com o público
adulto. A Bienal do Livro se tornou um ponto de encontro e a oportunidade de
muitos fãs se encontrarem com seus ídolos e essa magia não deve ser perdida.
A expectativa é superar o número de visitantes da
última Bienal?
Na
última edição tivemos um número bem representativo de visitantes. Foram 720 mil
pessoas nos dez dias de Bienal. Teremos o mesmo período de evento, e a nossa
expectativa é de manter este percentual alinhado com o mesmo número da última
edição.
Haverá aumento no número de horas da programação?
Manteremos
o mesmo número de horas de programação realizado em 2014, levando em conta
quantidade de dias (10) e horário de abertura e fechamento do evento. Sobre
horas de programação cultural, ainda estamos em fase de definição da agenda.
A organização vê o momento atual do mercado
editorial com otimismo?
Observamos
o setor com otimismo. A produção literária no Brasil vem crescendo. Segundo a
última pesquisa FIPE (2014), realizada anualmente pela Câmara Brasileira do
Livro, tivemos um crescimento de 0,92% no faturamento total do mercado. Pelo
último levantamento do Instituto Pró-livro e IBGE, realizado em 2011, 50% da
população brasileira tem o hábito da leitura, com, em média, leitura de quatro
livros por ano. Além disso, estamos em uma nova fase, onde cada vez mais os
jovens se tornam leitores. Podemos ver isso com os grandes autores de
literatura infanto-juvenil e jovem adulto ganhando destaque, como John Green,
Cassandra Clare, Kiera Cass, entre outros. Além dos nomes internacionais,
também podemos citar o movimento do mundo digital para a literatura, com
exemplos de sucesso como os youtubers Kéfera e o Christian Figueiredo. Este
movimento jovem faz com que o hábito da leitura comece desde cedo.
No momento da crise econômica forte, as pessoas
deixam de comprar livros?
O
livro é um item essencial no dia-a-dia das pessoas. É o tipo de artigo que você
compra para benefício próprio, para presentear as pessoas, para ganhar
conhecimento e, se comparado a outros itens, tem um custo benefício excelente.
Além disso, hoje existem as opções físicas e digitais, abrindo ainda mais o
leque. Por isso, embora o país viva um momento econômico delicado, o livro
continua sendo um item necessário, tanto para o setor de conhecimento quanto
entretenimento.
Qual será o maior foco da Bienal deste ano?
A
Bienal do Livro quer trazer 10 dias de evento com muita cultura, livros,
presença de autores e uma programação pensada para cada um dos nossos públicos.
Com o tema “Histórias em todos os sentidos”, teremos uma Bienal do Livro para
perfis mais cult, com a programação no Salão de Ideias; para os que gostam de
gastronomia, o Cozinhando com Palavras; para as crianças, com o espaço infantil
do Maurício de Sousa, e por aí vai. Claro, somos uma vitrine consagrada para
expositores e marcas, mas a Bienal do Livro é muito mais que um local para
compra de livros, é um evento multicultural que celebra a leitura.
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