Encontrar uma válvula de escape que ajude a esquecer
os problemas por, pelo menos, algum tempo é imprescindível para a saúde mental
e física. Um estudo, publicado no periódico “Social Science and Medicine”,
mostrou que aquelas pessoas que leem regularmente — uma média de três horas por
semana — para relaxar têm uma maior expectativa de vida. Segundo a pesquisa, o
resultado parece ter relação com a melhoria cognitiva conquistada durante a
leitura.
De acordo com os cientistas, ler um livro envolve
processos cognitivos que promovem a inteligência emocional, a empatia e a
percepção social, características que favorecem a longevidade. Foram mais de
três mil participantes acompanhados por 12 anos.
— Manter-se vivo mentalmente, com atividades como a
leitura, oferece estímulos cognitivos. Essa pessoa estará muito mais protegida
de doenças degenerativas, como Alzheimer do que quem não faz esse tipo de
exercício — explica o psiquiatra Kalil Duailibi, da Associação Paulista de
Medicina.
Kalil Duailibi explica ainda que ler estimula
diversas partes cerebrais ao mesmo tempo, já que a atividade possibilita
“entrar” na história a partir da imaginação.
— Traz uma riqueza sináptica enorme, melhora nossa
função neural ativando memórias, associando com vivências suas — afirma o psiquiatra.
Preservar o cérebro funcionando e protegido não é a
única vantagem de embarcar em um bom livro. A partir da leitura, ganha-se
vocabulário e repertório emocional para enfrentar novos desafios na vida
profissional ou nas relações.
Para a psicoterapeuta Aline Vilhena Lisboa, apesar
da correria dos dias atuais, preservar esse hábito é fundamental do ponto de
vista emocional.
— Ler proporciona essa entrada no mundo da
imaginação, que facilita a fantasia e diminui aquela tensão diante do mundo
real. Se estou com um problema, esqueço dele no momento da leitura. Além disso,
ao entrar naquela história, tira-se um sentido dali para sua vida. Por outro
lado, têm sido uma prática muito fragmentada: exige concentração e foco, coisas
que não estão sendo priorizadas — observa ela.
A leitura tem ainda outra característica: “devorar”
um livro possibilita conversar sobre ele com outras pessoas. Esse diálogo, com
amigos ou em clubes de leitura, favorece a socialização e o bem-estar.
Ana
Paula Blower, no Extra
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