Já leu
a resenha do Livro “A Atitude Muda
Tudo”? Agora confira a entrevista que fizemos com o autor, Jerônimo Mendes.
Ele é Administrador, Coach, Escritor, Professor Universitário para Cursos de
Especialização e MBA e Palestrante com mais de 35 anos de experiência
profissional em empresas de médio e grande porte. Também é apaixonado por
Literatura, Empreendedorismo e Desenvolvimento de Pessoas.
Para
acompanhar o trabalho do autor, acesse o site dele e confira seus livros,
e-books e cursos.
Qual
foi a inspiração para escrever o livro nesse formato?
Conheço
muitas histórias, trabalhei com muitos empresários e filhos de empresários em
situação semelhantes e há muito tempo queria fugir um pouco da linha de
publicações técnicas. Então, com uma boa história na cabeça, defini um método,
criei os personagens, associei ficção e realidade e decidi pôr no papel.
O
livro traz a relação de pai e filho em uma empresa familiar, quais são as dicas
para obter uma sucessão tranquila?
É um
rol de atitudes e iniciativas. Infelizmente, nossa cultura ainda tem
dificuldades para lidar com a sucessão. Passei por muitas empresas familiares e
isso tem sido o pesadelo de muitos empresários. Alguns aprendem na marra,
outros por iniciativa, mas o desapego continua sendo o maior obstáculo. É
próprio do ser humano. Alguns preferem quebrar a empresa do que quebrar o
orgulho.
Quanto
ao processo de sucessão, considero essencial pensar no seguinte:
1) Preparar
o processo de sucessão familiar, ainda que não seja para alguém da família, mas
com o respaldo da família.
2) Pensar
em ações de médio e longo prazo; inovação e planejamento são fundamentais.
3)
Contratar profissionais acostumados à
sucessão familiar para evitar as armadilhas possível ao longo do caminho,
principalmente conflitos entre os membros da família.
No
livro, Heitor construiu uma grande empresa e sempre sonhou em ter o filho na
direção dos negócios. Como os pais podem ponderar o desejo de ajudar os filhos
e ao mesmo tempo respeitar os seus sonhos?
Os
empresários (pais) devem entender que as coisas mudam muito rapidamente nos
dias de hoje e o que vale para um segmento não vale para outro. O ideal é preparar
os filhos por meio de coaching, cursos no exterior, mentoring etc., entretanto,
não adianta preparar os filhos e depois não os deixar errar.
O erro faz parte do processo e os empresários, em geral, não estão preparados
para admitir o erro. Não existe alegria maior para um empreendedor que se fez
por si mesmo do que ver o filho assumir os negócios com responsabilidade e
fazer as coisas até melhor do que ele fez. Querer competir com os filhos é uma
bobagem. Os filhos estão aí para se tornarem melhores do que nós.
O
William não se via assumindo as empresas do pai, você acha que qualquer pessoa
é capaz de liderar uma empresa ou ocupar um cargo de gerência ou chefia? Se
sim, o que ela precisa para conseguir?
Isso
precisa ser estimulado desde o início. Nossa cultura é leniente nesse aspecto.
Empresários judeus, libaneses, norte-americanos etc. fazem isso desde o período
de adolescência dos filhos, ou seja, vão acostumando os filhos a assumir
responsabilidades em diferentes áreas da empresa.
No
Brasil, lamentavelmente, quando alguém coloca os filhos para trabalhar cedo no
comércio, há sempre dizendo que isso é exploração de menores. É muita pobreza
de espírito. Nada dignifica mais o ser humano do que o trabalho.
A
liderança é um processo de descoberta. Infelizmente não é para todos, depende
de uma série de fatores e competências que são desenvolvidas desde a mais tenra
infância, razão pela qual deve-se começar cedo. Lidar com gente é a coisa mais
difícil que existe e para isso é necessário um mínimo de preparo. Como dizia
Tom Peters “chegar ao topo é fácil; difícil é conquistar o respeito do grupo”
Quais
sugestões você daria para uma pessoa que seguiu um caminho que não era de
acordo com o seu ideal profissional?
Já
dizia Maslow, o grande psicólogo norte-americano: não é fácil saber o que
queremos, é uma realização psicológica rara e difícil, portanto, a única forma
de descobrir é experimentando. Não critico pessoas que já fizeram de tudo na
vida, ao contrário, admiro-as. Como diz Emerson, outro pensador que admiro,
tudo na vida é experimentação, portanto, se não estamos contentes com o que
fazemos, o ideal é mudar, mudar, experimental, persistir até encontrarmos o que
nos faz mais alegres do que tristes.
No
âmbito profissional, quais são as atitudes mais destrutivas e quais as mais
desejáveis?
Isso daria um livro, mas se
eu tivesse que resumir em apenas três, seriam:
- As mais destrutivas:
inveja, orgulho e ambição desmedida.
- As mais desejáveis:
simplicidade, respeito e resiliência.
É
possível mudar os pensamentos e atitudes através dos livros?
Cada
livro nos remete a um nível de reflexão, por isso acredito muito na leitura. Já
li centenas de livros e de todos foi possível extrair uma ideia ou reflexão,
pouco importa se o livro era técnico, romance ou de autoajuda, o importante é
que me ajudou em vários aspectos. Somente a dor e a leitura podem quebrar a
ignorância do ser humano. Somos todos ignorantes em algum sentido, portanto,
não devemos nunca parar de ler e, consequentemente, de aprender.
Qual
o seu livro de cabeceira? E qual foi a sua última leitura?
Tenho
vários, mas mantenho sempre à mão alguns que me ajudam como pessoa e
profissional: A Lei do Triunfo (Napoleon Hill), Criatividade S/A (Ed Catmull),
O Velho e o Mar (Hemmingway), Os Segredos da Mente Milionária (T. Harv Eker), Ensaios
(Ralph Waldo Emerson) e Em busca de sentido (Viktor Frankl)
Minha
última leitura foi Gestão do Amanhã (Sandro Magaldi e José Salibi Neto), me
ajudou a entender um pouco mais para onde estamos caminhando em termos de
gestão e negócios.
Seja o primeiro a comentar!
Postar um comentário