Quem me conhece bem, sabe
o quanto sou uma pessoa introspectiva. Penso muito no sentido de tudo,
principalmente no sentido da vida. Quando vi a capa desse livro me interessei
rapidamente. E a leitura não me decepcionou!
Nesta obra Paul Kalanithi
conta a sua história. Ávido leitor de obras clássicas, amante da filosofia, ele
acreditava encontrar na literatura o material mais rico para a reflexão moral: “Os
livros se tornaram meus confidentes, com suas lentes me propiciando novas visões de mundo.” Com
sua busca constante para entender o que dá sentido a vida, Paul decidiu estudar
medicina, mais especificamente Neurologia. Ainda como estudante se vê diante da
frieza desenvolvida ao longo do curso, ele descreve como os corpos doados à
Ciência são tratados, algo que me marcou muito.
Aos 36 anos no auge da
sua carreira é diagnosticado com um câncer. Aqui começam todas as suas grandes
reflexões sobre o que realmente vale a pena durante a existência. Um médico que
sempre lidou com a morte, agora se vê diante da própria morte: "Porque eu teria que aprender a viver
de outro jeito, vendo a morte como um visitante onipresente, mas sabendo que
mesmo se estivesse morrendo, até morrer, eu ainda estaria vivo."
Outra parte que me marcou
bastante foi a descrição de Paul sobre as funções básicas do seu corpo que
foram ficando inativas com o avançar da doença... coisas que muitas vezes não
valorizamos, como por exemplo ir ao banheiro sozinhos. Isso me fez ser mais
grata por estas pequenas coisas.
A narrativa é empolgante,
emocionante e envolvente. É impossível
ler este livro sem repensar no seu modo de viver. O desfecho é encorajador,
apesar do destino triste que já sabemos desde o início da obra. A determinação
e leveza de Paul ao encarar a morte é uma lição para nós que ainda temos
oportunidade de viver.
“O que torna a vida significativa o suficiente para se
continuar vivendo?”
Título: O
último sopro de vida
Número de páginas: 167
Autor: Paul
Kalanithi
Editora:
Sextante
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