A Biblioteca da Meia-Noite foi lançada originalmente em
setembro de 2020 e venceu no mesmo ano o Prêmio Goodreads Choice na categoria
ficção. Esteve presente na lista de mais vendidos nos Estados Unidos. Em setembro,
a editora Bertrand Brasil, parceira aqui do blog, lançou aqui no Brasil.
O autor Matt Haig é britânico e escreve livros de ficção e
não-ficção, tanto para crianças, quanto para adultos. Até o presente momento,
ele já lançou 25 livros, com alguns indo para as telas de cinema, como o filme,
“Um menino chamado Natal”, da Netflix.
A Biblioteca da Meia-Noite conta a história de Nora Seed, uma
mulher com 35 anos que chegou num momento da sua existência, na qual acaba se questionando
sobre o sentido da vida a partir das decisões que tomou até chegar ali.
No início do livro vemos uma série de acontecimentos bem
impactantes para Nora. Ela perde o animal de estimação, o trabalho, ouve
reclamações de um antigo colega de banda, fica sabendo que seu irmão foi a
cidade, mas não foi visita-la, recebe um vácuo da sua melhor amiga, além de ser
dispensada de seu serviço voluntário que era buscar o remédio para seu vizinho,
porque ele arrumou uma outra alternativa. Depois dessa série de acontecimentos,
Nora se sente sozinha, sem rumo na vida e se sentindo como se ninguém precisasse
mais dela.
Em meio aos seus pensamentos, Nora então toma uma decisão,
ingere uma dose a mais dos seus remédios antidepressivos e apaga. Quando ela
acorda, um pouco atordoada, percebe que não está mais no seu quarto e sim em
frente a um grande prédio, com um relógio marcando meia-noite, assim como no
relógio no seu braço. Ao entrar no prédio, descobre que é uma biblioteca e que
tem prateleiras com livros a perder de vista. Nessa biblioteca existe apenas
uma pessoa, que é a bibliotecária e que explica como funciona a biblioteca.
Nora fica sabendo que os livros existentes naquelas prateleiras
são possibilidades de enredo da sua própria vida. Cada um deles a vida de Nora caso
ela tivesse tomado uma outra decisão diferente da que ela tomou no passado. Por
exemplo, quando ela era mais nova, seu pai a treinava para ser uma nadadora
profissional. Ela era boa e ganhou alguns campeonatos, porém depois de um
período ela acabou decidindo não continuar na natação. Então, ali na biblioteca
ela poderia acessar sua vida, caso tivesse prosseguido na natação.
Dessa maneira nós vamos acompanhar Nora conhecendo algumas
dessas possíveis histórias e como ela estaria caso tivesse optado pela natação,
ou pela banda, ou se tivesse feito outra faculdade.
O autor explica a possibilidade de acessar essas outras
ramificações através da física quântica. Tem uma parte explicando direitinho
isso, mas não se preocupe, pois não é igual a física que vemos na sala de aula.
O texto se concentrou apenas no campo teórico. Para uns isso pode ser
científico, para outros pode ser fantasia. A interpretação fica a cargo do
leitor.
O livro apresenta vários personagens, porém o desenvolvimento
da maioria deles é bem superficial e servem apenas para um momento do livro.
Então você acaba não se identificando com nenhum outro personagem. Eles estão
ali muitas vezes como uma caricatura, no qual você pode substituir por outro,
alterando apenas o sexo, a idade e outras características pontuais. A Nora é a
personagem principal e é ela que vamos conseguir acompanhar do início ao fim.
A leitura é bem fluida e rende bastante. A linguagem é bem
clara e acessível para todos os públicos e o enredo trás reflexões sobre
escolhas, arrependimentos, decisões e enfrentamento.
Na nossa vida fazemos escolhas o tempo inteiro. Para chegar
até aqui eu escolhi entre ler ou não o livro, e após lê-lo, decidir por gravar
ou não a resenha. Na gravação, falar isso ou aquilo e por aí vai. Porém muitas
vezes escolhemos um caminho e não abrimos mão do outro. O peso de carregar os
“e se” das nossas decisões pode gerar um livro de arrependimentos muito pesado
e cheio.
Na parte de trás do livro tem uma pergunta que gera bastante
reflexão: “O que faz a vida valer a pena?” Através de Nora conseguimos pensar
sobre essa questão e aplicar essas lições na nossa vida também.
Gostei de ter lido esse livro. Ele não se tornou um dos meus
favoritos, mas recomendo a leitura, pois é uma boa história para podermos parar
e pensar no nosso passado de forma sadia e assim olhar para o nosso futuro de
maneira mais leve e animada.
Para adquirir o livro:
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